sábado, 10 de setembro de 2011

Ritmos Árabes - por Aysha Almee

Nas minhas buscas sobre ritmos na web encontrei uma ótima explicação da Professora e Bellydance Aysha Almée, em seu site. Ela é uma pessoa a quem idolatro d+ e sou grande fã!!
 Bem, vamos estudar juntas?
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Ritmos Árabes
Por Aysha Almée
http://www.ayshaalmee.com/ra.htm

     Ritmo é um movimento, ruído, batidas que se repetem no tempo e intervalos regulares, com acentos fortes e fracos.


     Maqsoum
     Maqsoum significa “cortado ao meio”. É um ritmo 4/4 muito utilizado no Egito. Possui duas variações, uma rápida (normal) e uma lenta. Se tocado de forma mais lenta, torna-se uma variação de masmoudi.


     Masmoudi
     Ritmo 8/4 egípcio, caracterizado pela união de duas frases, com quatro batidas em cada uma delas. De origem desconhecida, acredita-se que seja turco. Algumas vezes é chamado de Masmoudi Kebir (masmoudi grande) para diferenciá-lo de outra versão que também tem quatro batidas, o Masmoudi Saghir (masmoudi pequeno). Apresenta, na primeira fase, duas batidas, que lideram seu início. Muito usada na dança é a versão chamada de masmoudi caminhando, pois a mesma distância entre as batidas deixa-as perfeitamente combinadas ao ritmo do caminhar. Na dança, é particularmente utilizado para criar uma intensificação da percussão, ou mesmo, para criar um momento de calma onde a bailarina tem possibilidade de criar um novo acento em sua dança. Alguns músicos chamam este ritmo de baladi, embora a maioria deles diga que baladi não é um ritmo, e sim uma estrutura musical.
Fallahi
     A palavra Fallahi significa algo criado por fallahin. Os fallahin são camponeses egípcios, que utilizavam este ritmo 2/4 nas suas canções de celebração. Geralmente, é tocado duas vezes mais rápido que o Maqsoum.


     Malfuf / Saudi / Khaleege
     Significa aquele que esconde algo ou é escondido por algo. Este ritmo possui oito batidas por compasso, compostas por grupo de três, três e duas batidas, onde o assento está no primeiro tempo de cada grupo. Embora sejam encontrados em todo Mediterrâneo e Oriente Médio, é mais popular nos Emirados Árabes e Arábia Saudita, onde é chamado de Saudi ou Khaleege. Na Arábia Saudita, é tocado de forma mais lenta e acompanha uma dança folclórica muito popular nos países do Golfo Pérsico, chamada Khaleege. No Egito e Líbano, é chamado de Malfuf, e é tocado mais preenchido e acentuado, nas entradas e saídas de shows, pois oferece constância e velocidade nestas horas.


     Ayyub ou Zaar
     É um ritmo 2/4, simples e rápido. Tocado em todo oriente Médio, desde a Turquia até o Egito. Usado de forma lenta para uma dança do norte da África chamada Zaar (dança de transe para afastar os maus espíritos, com oferendas de aves, cabras e até camelos). No Marrocos, estas danças de transe utilizam seis batidas por compasso. Na dança oriental, é usado para ‘aquecer’ ou acelerar uma performance, para os deslocamentos rápidos e para as danças folclóricas de grupo. Se encaixe bem com outros ritmos, e geralmente é utilizado para acentuar outro ritmo. Não é executado durante tempos muito longos, pois torna-se monótono. Diz-se que o Ayyub é o ritmo que transforma o andar do camelo em som, se tocado de forma lenta.


     Saaidi (Ghawazze)
     Significa algo que vem do sul do Egito, pois é originário de El Saaid, uma região no Alto Egito. Este ritmo, na essência, é um maqsum, com um diferente acento. É muito popular no Egito, tradicionalmente usado para o Tahteeb, uma dança de arte marcial masculina que usa grandes bastões (do tamanho de um homem), grossos, pesados e retos, simulando uma luta. Hoje, a versão feminina do Tahteeb é a dança do bastão ou da bengala, que também pode ser chamado de ghawazee (que significa “ciganos egípcio”). Esta forma de dança é um estilo particular de dança do ventre e, usando este formato de ritmo, ficou muito conhecido e popularizado entre os ciganos egípcios.



     Outros Ritmos encontrados na música oriental árabe
    Classificamos separadamente os ritmos abaixo, pois, alguns deles, apesar de encontrarmos citações em alguns livros especiais sobre o assunto, muitos outros autores dizem desconhecer tais ritmos, e alguns (pasmem) chegam a dizer que eles não existem ou que não fazem parte dos ritmos da música árabe. Lembramos que não é nossa intenção entrar nesta “briga de músicos” e sim, como bailarinas e estudiosas do assunto, termos conhecimento dos principais ritmos presentes na música oriental árabe, para podermos estar familiarizadas e ter a leitura corporal correta das diferentes músicas árabes. São eles:


     Whahida y nôss
     Whahida significa 1, em árabe. Este ritmo é assim chamado por ter 1 Dum e meio acentuados no começo. Como é um ritmo com 1 acento inicial e possibilidades de preenchimento no meio e ao final, pode ser utilizado para fazer transições entre ritmos, com variadas contagens. É bastante usado no começo de um solo de derbak, pois tem um início lento e envolvente, que proporciona a bailarina e ao músico um momento de introspecção e beleza.


     Tschiftitili / Tsiftetelli
      De origem turca, levado para a Grécia na época do Império Otomano, é caracterizado por não Ter acento no terceiro tempo e apresentar forte acento no quinto, sexto e sétimo tempo. Na Turquia, é muito utilizado e tocado de forma mais lenta. Na Grécia, é muito popular e sempre acompanha a dança do ventre grega, chamada tsiftetelli, que é sempre executada por casais. Este ritmo freqüentemente acompanha um taksim (improvisações melódicas).


     Rush
     Floreado utilizado pelo percussionista, que cria grande impacto na audiência. Não possui acento pré-determinado nem contagem. Os dedos passeiam com rapidez assombrosa, criando a sensação de vibração sonora. As flutuações de aceleração são totalmente improvisadas, bailarina e músicos devem estar perfeitamente entrosados. Para o espectador, o instrumento leva a música para dentro de seus ouvidos e o corpo da bailarina deverá ser a tradução exata das impressões sonoras recebidas.


    Taqsim ou Taqasim
    É uma improvisação que não possui ritmo ou estrutura definidos. Pode apresentar o solo de um determinado instrumentista dentro de uma composição, ou mesmo construir sua própria composição. Tocado geralmente por um só instrumento, é muito utilizado para fazer a parte lenta da música. O músico está livre para fazer o que quiser, favorecendo a ele e a bailarina um momento de expressão pessoal.


     Samaai
     Ritmo utilizado na música clássica egípcia. Possui uma transferência de três partes: uma com três tempos, uma com quatro tempos e uma com três tempos. Juntas, compõe um ritmo 10/8, utilizado nas composições chamadas Samaaiat.
Karachi
     Ritmo 2/4, rápido, amplamente utilizado no Egito e no norte da África (apesar de não ser um ritmo egípcio). Este não é um ritmo comum, porque ele começa com um Tak (que é uma batida aguda)diferente do Dum (que é uma batida grave).


     El Zaffa
     Ritmo 4/4 egípcio, utilizado em cerimônias de casamento. Dançarinos e músicos acompanham o casal de noivos, na entrada e saída da cerimônia